É muito importante nesta fase que os adultos brinquem com as crianças, devendo haver abertura aos afectos, à partilha, ao convívio, à fantasia.
Gostaríamos de reforçar os momentos de convívio com a criança, de valorizar o tempo para os afectos e o tempo de qualidade com os filhos.
Alguns exemplos de como poderá brincar e/ou interagir com os seus filhos:
- Brincar às lavagens (recorrendo à água e a vasilhas, pois as crianças normalmente gostam).
- Pintar – é comum as crianças pedirem ao adulto para desenhar e/ou pintar.
- Histórias” à hora de dormir serão bem recebidas ou inclusive na altura do bacio. As histórias deverão ter imagens, ilustrações e um final feliz, sendo este organizador para a criança. Poderá ajudar o (a) seu filho (a) a reconhecer as imagens nos livros, estimulando as actividades imitativas na criança.
Se tiver animais de estimação – será uma boa oportunidade para estimular e ensinar à criança como cuidar, como dar afecto assim como o valor da sua importância.
Nota: Não se esqueça que a criança terá tendência a seguir sempre o exemplo das figuras parentais independentemente do que lhes dizer, será aquilo que fará com os seus gestos e atitudes que prevalecerá como exemplo para o (a) seu filho (a).
No entanto, nesta fase as crianças já se entretêm sozinhas embora ainda por períodos não muito longos.
Abandonam os objectos para mais tarde voltarem a eles novamente, daí que seja importante não haver excesso de brinquedos senão a dispersão será maior.
Até aos 2 anos e meio não têm facilidade em emprestar os brinquedos, sendo característico desta fase (não se angustie). Também por volta desta idade, verifica-se um acréscimo de energia que se traduz em brincadeiras que podem ser consideradas violentas pelos adultos (a criança pode destruir os brinquedos/parti-los, ainda que seja por mera curiosidade ou mesmo por um impulso).
Este excesso de acção deverá dirigir-se para outras actividades lúdicas.
Por exemplo:
- Regar as flores (em casa ou no exterior).
- Amachucar revistas velhas.
- Empilhar caixas.
- Colher flores no campo (imitar o comportamento dos adultos).
- Brincar "às escondidas".
Verifica-se simultaneamente uma necessidade criativa e deve-se abrir espaço para que esta necessidade se possa desenvolver. Por exemplo, promova o contacto com brinquedos musicais.
- Se se tratar de uma criança com características mais dinâmicas, mais agitada, deverá propor-lhe actividades mais calmas, como o pintar ou desenhar.
- Se se tratar de uma criança de temperamento mais tranquilo, mais calma, poderá sugerir-lhe uma corrida ou algo que envolva movimento.
E sobretudo, deve ter-se em atenção:
- Não dar excesso de brinquedos, nem muito caros ou complexos (tendo em conta esta tendência para os destruir).
- Procurar arranjar brincadeiras com brinquedos alternativos, aproveitando as embalagens dos alimentos, do vestuário, assim como organizar caixas com pedrinhas, com conchinhas, reaproveitar rolos de papel higiénico, etc.
Aconselham-se brinquedos que se possam manipular, transformar, tais como:
- Estruturas dinâmicas,
- Jogos desmontáveis;
- “Legos de encaixe”;
- Bolas leves;
- Carrinhos.
Por volta de um ano e meio, pode começar a habituar a criança a reunir os seus brinquedos no fim do brincar, embora ainda sem grande organização tendo em conta a sua tenra idade.
Existem actividades regulares promovidas pela comunidade através do teatro municipal, da biblioteca municipal, assim como alguns programas culturais a que os pais deverão estar atentos para que possam aceder com os seus filhos.
A televisão é um entretenimento a evitar. Nesta fase, o interesse da criança ainda é diminuto e os programas não são geralmente educativos.
Segurança: chamamos uma vez mais a atenção para a prevenção dos acidentes domésticos, nomeadamente para os afogamentos em piscinas. Uma vez que a criança já tem maior autonomia, a atenção deverá ser redobrada, devendo ficar estipulada uma pessoa responsável para cuidar dela, pois muitas das vezes as pessoas demitem-se dessa responsabilidade, por pensarem que outra pessoa o está a fazer.